1. Um DJ pode fazer da sua atividade uma profissão
É verdade. A música é uma arte, mas tem vindo a tornar-se cada vez mais num produto. É um produto que sofre alterações em função dos tempos e das “modas”, mas que é e será sempre indispensável ao trabalho do DJ. Desde a era do vinil que as coisas foram mudando. Apesar da subsistência e sobrevivência do vinil para os puristas da música, a aquisição desta já ultrapassou em muito o momento em que o CD apresentava um elevado número de vendas nas lojas da especialidade. Embora os custos com a Música nos formatos em disco de vinil e em cd sejam cada vez menos constantes nas despesas correntes de um DJ, são ainda uma realidade para muitos profissionais. Actualmente o método mais vulgar de aquisição de música por parte do DJ, no que diz respeito à sua coleção musical, é através das compras em lojas digitais, como o iTunes, para os diversos estilos musicais, o Beatport para música especificamente electrónica e diversas outras plataformas online. Embora aparentemente menos onerosa, esta fonte continua a representar um custo significante, não só porque há mais música, como há uma maior mutação no universo musical, o que implica uma actualização permanente do espólio musical. O custo da qualidade é elevado e como tal, comprar uma vasta colecção de música original e legal demora muitos anos. Porém, é essencial para o trabalho do DJ, sendo não só a matéria prima como também uma ferramenta do seu ofício. Este é um dos aspectos que influencia naturalmente o cachet de um DJ, sendo a quantidade e a qualidade da música que o mesmo detém, variáveis em função do profissionalismo do mesmo.
2. O período de trabalho do DJ não corresponde apenas à duração da sua atuação
Claramente que não. Antes de mais importa compreender que o DJ dedica muito do seu tempo à pesquisa de música. O público em geral deseja muitas ouvir as “músicas da moda” ou hits recentes dos seus artistas preferidos e o DJ deve obter essas músicas e inseri-las nas suas colectâneas. Depois, poderá e deverá estudá-las e analisá-las, ou eventualmente ter de as integrar em softwares desenvolvidos especificamente para o equipamento utilizado pelo DJ nas suas actuações. Torna-se ainda necessário preparar cada participação isoladamente. Como tal, é necessário pensar na selecção musical e a organização de pastas e músicas em função do tipo de festa, cliente e público. No que se refere ao horário de trabalho do DJ em cada evento: depende. Existem DJs cujo o horário de trabalho se resume exclusivamente ao horário definido para a sua actuação. Depende de vários factores, como o serviço contratado ao DJ, à agencia, ou à empresa de audiovisuais, o estatuto e a posição do DJ no mercado, as necessidades do evento, entre outros. No caso dos bares e discotecas, existem DJs residentes que abrem e fecham os espaços e têm a responsabilidade de controlar o ambiente musical pretendido pelo proprietário e/ou gerente do espaço ou pelo promotor do evento. Também existem os DJs convidados e estes podem ser “super estrelas” ou DJs menos conhecidos e isso dita a diferença entre um dj set preparado com base nas produções musicais do próprio DJ/produtor ou um alinhamento musical apropriado à festa em questão. Nestes casos, o DJ contratado cumpre apenas o horário definido para um determinado período da festa. No caso dos eventos particulares, acontece precisamente o oposto. A responsabilidade do DJ é mais elevada, uma vez que deve ter em conta diferentes momentos que englobam a sua prestação ao longo do evento. Os períodos que antecedem a festa podem exigir a presença ou um trabalho realizado anteriormente por parte do DJ. Se existir uma playlist para o cocktail ou para a refeição, essa mesma selecção e organização musical já poderá ter sido definida cuidadosamente pelo DJ no sentido de corresponder aos pedidos específicos ou exigências do cliente.
3. O DJ investe em formação
Sim e não. O DJ profissional sim. O DJ amador não. Qualquer profissional de qualquer área ou sector de trabalho deve ter formação para exercer a sua profissão. Gostaria de ir ao hospital e ser tratado por um médico sem formação? Gostaria de ser aconselhada por um nutricionista sem formação? A resposta será sempre “não”. O “sim” aparece através da segurança, confiança e garantia de profissionalismo e para isso acontecer, o profissional deve formar-se. Infelizmente, nem todos os DJ’s procuram formação ou são sequer formados. Apesar de ser uma profissão com pouca regulamentação e não ser necessário possuir um diploma específico para poder trabalhar nesta área, apenas os DJ’s profissionais persistem e vivem exclusivamente da música. Escolher e disparar música é algo que qualquer pessoa pode aprender sozinha, uma vez que todos nós o fazemos desde o tempo em que éramos crianças, quando tivemos acesso ao primeiro computador ou reprodutor de música físico ou digital, estático ou portátil, como os walkman, discman e/ou plataformas de streaming como o Spotify e o Youtube. No entanto, a arte da misturar música, adaptar e seleccionar músicas e efeitos, lidar com as expectativas e o comportamento dos clientes e do público dentro e fora da pista de dança, criar conteúdos musicais exclusivos, ser musical e tecnicamente polivalente e dominar as diversas técnicas de controlo e mistura no djing e na produção musical são apenas algumas das características que apenas os DJs profissionais possuem. Antigamente não existia formação para DJs mas hoje em dia já existem diversos tipos de cursos profissionais e formações de valor elevado e acrescentado e exclusivas para DJs e produtores musicais. Como tal, o DJ profissional investe bastante em formação para poder evoluir musical e tecnicamente.
4. O DJ canaliza uma grande parte do seu rendimento para a aquisição de música
É verdade. A música é uma arte mas tem vindo a tornar-se cada vez mais num produto. É um produto que sofre alterações em função dos tempos e das “modas”, mas que é e será sempre indispensável ao trabalho do DJ. Desde a era do vinil que as coisas foram mudando. Apesar da subsistência e sobrevivência do vinil para os puristas da música, a aquisição desta já ultrapassou em muito o momento em que o CD apresentava um elevado número de vendas nas lojas da especialidade. Embora os custos com a Música nos formatos em disco de vinil e em cd sejam cada vez menos constantes nas despesas correntes de um DJ, são ainda uma realidade para muitos profissionais. Actualmente o método mais vulgar de aquisição de música por parte do DJ, no que diz respeito à sua coleção musical, é através das compras em lojas digitais, como o iTunes, para os diversos estilos musicais, o Beatport para música especificamente electrónica e diversas outras plataformas online. Embora aparentemente menos onerosa, esta fonte continua a representar um custo significante, não só porque há mais música, como há uma maior mutação no universo musical, o que implica uma actualização permanente do espólio musical. O custo da qualidade é elevado e como tal, comprar uma vasta colecção de música original e legal demora muitos anos. Porém, é essencial para o trabalho do DJ, sendo não só a matéria prima como também uma ferramenta do seu ofício. Este é um dos aspectos que influencia naturalmente o cachet de um DJ, sendo a quantidade e a qualidade da música que o mesmo detém, variáveis em função do profissionalismo do mesmo.
5. O investimento no equipamento é uma constante
O equipamento do DJ está em evolução constante. O equipamento, conhecido normalmente como cabine ou setup, pode ser composto por diversos componentes, como gira-discos, CDJ’s, mesa de mistura, controladores MIDI, processadores de efeitos internos e/ou externos e computadores ou outros acessórios. Os gira-discos são pouco comercializados hoje em dia e os apreciadores de som proveniente do vinil são mais escassos, mas persistem. Ainda existem alguns setups para DJ’s que actuam exclusivamente com vinil, principalmente para diferentes conceitos de eventos ou para DJs cujos estilos musicais exijam técnicas de scratch e turntablism, que consiste na arte de manipular sons directamente através do manuseamento dos discos. Os CDJs são os equipamentos mais utilizados pelos DJs para lançar música e acertar batidas. São basicamente plataformas de reprodução de conteúdos multimédia e apresentam diversas funcionalidades que permitem explorar a criatividade no seu expoente máximo através dos upgrades tecnológicos que foram sofrendo ao longo dos últimos anos. Neste caso, tal como nas mesas de mistura que apresentam cada vez mais funções e permitem o desenvolvimento de novas e inovadoras técnicas de mistura, observa-se claramente o resultado da evolução tecnológica. Os processadores de efeitos externos à mesa de mistura e os computadores portáteis são geralmente componentes do setup facultativos, apesar de também estarem em constante mudança e evolução. Deste modo, o equipamento do DJ está em constante evolução e o investimento em setups mais recentes faz parte da carreira de qualquer DJ.
6. O DJ não tem apenas rotinas nocturnas
Este é talvez um dos pontos mais humorísticos de enunciar. É evidente que o DJ não vive apenas durante a noite. Apesar da profissão estar normalmente associada a um estilo de vida nocturno, existem cada vez mais eventos durante o dia. Os serviços de um DJ são frequentemente requisitados para diferentes tipos de eventos, tanto diurnos como nocturnos. É cada vez mais comum encontrar um DJ em diferentes espaços e eventos que o contratam para promover o lançamento de um novo produto dentro de um formato empresarial, fomentar um conceito novo associado ao espaço, impressionar o consumidor e impulsionar as vendas de artigos ou produtos, actuar para um grupo privado de pessoas, realizar um live set ao ar livre, experienciar um sunset num bar de praia, entre muitos exemplos. Como é evidente, a vida nocturna existe e os serviços do DJ são muito requisitados para diferentes eventos e festas públicas ou privadas, actuações em hotéis e restaurantes, casamentos e eventos corporativos, dj sets em bares e discotecas, entre outros. Para além disso, o DJ efectua a sua rotina semanal, onde sustenta as suas necessidades básicas e humanas, durante o dia, aproveitando para realizar outro tipo de tarefas inerentes à sua profissão, nomeadamente pesquisar músicas novas ou produzir conteúdos musicais que possa utilizar nas suas actuações.
7. O estilo de vida de um DJ pode ser saudável
A profissão de DJ evoluiu muito ao longo dos últimos anos. A imagem, o estilo, a forma de estar dentro da indústria, a idade com que se começa a trabalhar, os cursos, a formação e as oportunidades de diferentes tipos de eventos que existem permitem com que o DJ tenha uma vida semelhante à maioria dos mortais, principalmente no que se refere ao seu estilo de vida. O bem-estar físico e emocional é essencial para a motivação e energia do DJ durante a manutenção da sua actividade ao longo dos anos e acções como o exercício físico, recuperação e descanso, boa nutrição e alimentação e actividades culturais, sociais ou de lazer são essenciais para que tal aconteça. Os tempos dos DJ’s refugiados em estilos de vida prejudiciais à saúde, como a troca dos ciclos circadianos, o abuso de álcool e drogas, o desequilíbrio entre a fadiga associada a maus hábitos de sáude e de vida, as componentes psicológicas inerentes a estados de cansaço extremo e os ritmos exagerados causados por demasiadas festas em ambientes tóxicos, já são praticamente inexistentes. É evidente que estes factores depende das condições de trabalho e da definição de carreira de cada DJ mas felizmente, o DJ é considerado uma figura cada vez mais humana com quem os clientes e o público se identificam facilmente e passa uma imagem verdadeira de pessoa bem disposta, divertida e saudável.
8. Não tem de exercer uma profissão solitária
Tal como já foi referido anteriormente neste artigo, embora seja comum poder observar computadores portáteis na cabine do DJ, não é estritamente necessário que estes sejam utilizados para a actuação. Os computadores portáteis representam diferentes objectivos, uma vez que podem estar incluídos no setup do DJ para que este possa ter um acesso mais facilitado às suas playlists ou representarem um papel mais criativo numa componente de live act, onde o DJ utiliza controladores MIDI para ter acesso à sua biblioteca de samples e tocar ou criar música e efeitos em tempo real. Existem artista que exploram mais a sua criatividade quando, juntamente com um vídeo wall com o intuito de complementar o trabalho de um VJ, existe manipulação de som e imagem em simultâneo e em tempo real. Quando utilizados destas formas, os computadores portáteis representam uma mais valia e têm como objectivo melhorar a experiência do público e apresentar conceitos de festa mais elaborados. Infelizmente, são raros os casos em que isso acontece. Na grande maior parte das vezes, os computadores portáteis são utilizados por DJ’s amadores que os utilizam de forma a estarem munidos de automatismos que protegem a sua falta de experiência ou as dificuldades técnicas que apresentam quando estão diante de setups profissionais. Nestes casos, é comum observar que o equipamento do DJ amador é geralmente um controlador, sendo mais pequeno e fraco que o equipamento do DJ profissional. Regra geral, compromete o sucesso da festa, uma vez que o DJ se refugia através do monitor do computador portátil e perde a noção da pista de dança, sacrificando a sua fraca técnica com uma selecção musical desajustada e apressada e provocando o desinteresse por parte de um público incomodado. Assim, atenção ao profissionalismo do DJ e à correcta avaliação daquilo que significam os computadores portáteis na cabine do DJ.
9. O DJ utiliza os headphones porque é cool
Claro que não. É muito comum encontrar pessoas que desconhecem a função dos headphones e o seu contributo para o trabalho do DJ. Principalmente quando estão colocados no pescoço do DJ ou quando o DJ inclina lateralmente a cabeça para encostar os headphones ao ombro. Tudo tem uma razão de ser. Os headphones apresentam-se como ferramentas essenciais do DJ. Tal como os dispositivos de armazenamento de música, como é o caso do vinil, dos CD’s e de dispositivos USB, O DJ utiliza os headphones para conseguir realizar o seu trabalho com sucesso. A mistura de duas ou mais músicas é feita através da mesa de mistura, mas o acerto de batidas, conhecido como beatmatching, é realizado com a ajuda dos headphones, onde o DJ ouve a música que vai colocar a seguir e acerta as suas batidas com as da música que está a tocar no momento. Enquanto o público ouve uma música, o DJ pode ouvir outras músicas para escolher a música seguinte que o público vai ouvir, colocando-as à mesma velocidade, sincronizando os bpm ou batidas por minuto e finalmente realizar a mistura entre a música que o público ouve e a música que o DJ escolheu. O facto de só existir uma orelha tapada com um dos lados dos headphones, deve-se ao facto da outra orelha estar a ouvir a música que está a tocar para o público através do monitor de cabine. A orelha que está mais próxima do monitor de cabine é a orelha que fica livre. A outra, fica tapada pelos headphones. A postura de colocar a cabeça sobre o ombro é uma questão de estilo e de comodidade. O DJ pode preferir apoiar a cabeça no ombro para ter ambas as mãos livres para efectuar a misturar ou adicionar processamento de efeito na mesa de mistura e por outro lado, pode querer adoptar uma postura mais relaxada e descontraída. Quando os headphones de encontram no pescoço do DJ, significa que o DJ não os está a utilizar naquele momento e está focado na observação da pista de dança.
Acontece muitas vezes! O número de horas dedicadas ao evento pode ser elevado. O período que antecede a festa, o seu horário de actuação, a intensidade e os picos altos da festa ou a distância do local do evento podem comprometer o número de horas que o DJ fica sem comer. Avaliando este tópico, podemos comprovar que uma festa que tenha uma duração superior a quatro horas é suficientemente grande para o DJ sentir fome e querer comer bastante quando termina o evento. Por curiosidade, é muito comum o DJ alimentar-se de fast food ou comidas menos saudáveis após o evento. Caso tenha ingerido um pouco de álcool, esta característica acentua-se!
10. Os DJs não são melhores que as DJs
Este tópico já foi verdadeiro! Felizmente, já não é. A discriminação feminina existiu e ainda existe em inúmeras profissões. Os homens eram vistos como os elementos de poder e aqueles que atingiam lugares cimeiros das grandes empresas, numa altura em que as mulheres eram vistas como elementos menos válidos para obterem sucesso profissional. Nas áreas do som e da música, isso mudou rapidamente. Apesar de raramente se encontrarem mulheres na área do som, seja como técnicas de som ou roadies, é cada vez mais comum encontrá-las em lugares associados a outro tipo de funções relacionadas com a indústria musical, como gerente de um espaço, manager, assistente comercial, booker, account, entre outras. As mulheres representam uma mais valia e são consideradas tão profissionais quanto os homens. Veja-se o caso de cantoras, vocalistas e dançarinas, por exemplo. No que respeita a ser DJ, a oportunidade para as mulheres é claramente maior. Existem menos DJ’s femininas, muitas vezes apelidadas de djane, do que DJ’s masculinos. Como tal, a procura do mercado é superior. As mulheres têm características especiais que as tornam únicas e como DJ isso também se reflecte. A beleza, a suavidade, o estilo próprio que as faz marcar a diferença, a capacidade de criar identificação com o público feminino, entre outras. Como tal, existem mulheres que são DJ’s e existem cada vez mais. Excelentes notícias para as mulheres e para a indústria musical.