10 estilos musicais que devem ser do domínio de um DJ

1. Oldies

Embora não seja propriamente um estilo, é muitas vezes categorizado como “um estilo”, maioritariamente apreciado pelo público mais antigo (ou antiquado), ou simplesmente os fãs do Retro. Músicas antigas que emanam sentimentos ou recordações, acabam por ter muito significado para as pessoas que viveram noutras décadas e que experienciaram a evolução de artistas que se tornaram referências no jazz, soul, funk e rock n’ roll. Temas mais ritmados de nomes como Elvis Presley, James Brown, Aretha Franklin, Chubby Checker, Ray Charles, entre muitos outros, fazem parte das playlists dos DJs e temas intemporais ganham espaço na pista de dança quando as festas privadas são mais direccionadas para um público apreciador, em festas temáticas, ou simplesmente quando há orientações do anfitrião nesse sentido. É muito comum que existam pedidos ao DJ dentro deste espectro musical quando o público-alvo apresenta algumas pessoas com mais idade ou de gostos mais revivalistas, especialmente quando é necessário começar a criar um ambiente mais ritmado após um período de música ambiente ou como introdução para outra fase da festa.

2. 80s

A década de oitenta foi talvez uma das décadas mais marcantes no que respeita à evolução da música a nível mundial. Este período costuma ser denominado pelo público como “eighties” ou “música dos anos oitenta”. No entanto, estas denominações não se referem apenas a um género musical, mas sim a diversos hits que marcaram uma geração. Uma década pautada pela criatividade irreverente de inúmeras bandas e artistas em todas os panoramas da música, muitas delas responsáveis por “one hit wonders”. Neste caso em concreto, conseguimos encontrar rock, disco, inúmeras variações do pop, punk, synth-pop ou new wave, por exemplo. As referências são claramente nomes como Abba, Madonna, Michael Jackson, David Bowie, Queen, Wham! ou Michael Jackson. Como tal, estilos tão diversos obrigam a uma gestão cuidadosa da selecção musical por parte do DJ. O dj set acaba por ser variado, mas tem em conta os hits que são menos indiferentes ao público, e a evolução temporal ou a alternância entre estilos musicais.

3. Pop

Este é talvez um dos estilos mais pedidos de sempre e a razão é simples. Pop é um dos estilos musicais mais ouvidos pelo público em geral em qualquer geração, uma vez que aquilo que é mainstream ou mais comercial rapidamente se torna numa referência temporal. As músicas que são reproduzidas nas diferentes estações de rádio são aquelas que são mais conhecidas pelas pessoas. É evidente que existem inúmeras estações de rádio, mas a maioria acaba por sentir a necessidade de aumentar o seu número de ouvintes e vê-se forçada a adoptar uma postura mais comercial, inserindo mais músicas conhecidas da maioria do público nas suas playlists. A música pop evoluiu, assim como outros géneros musicais. É muito importante que um DJ identifique a que período se refere a música pop pretendida pelo seu público em cada festa. De um modo geral, a música pop actual apresenta-se como obrigatória em praticamente qualquer evento, o que não significa que não haja público que não dance ao som de música menos mainstream. O público gosta de novidades e as músicas mais recentes das rádios são escolhas óbvias para integrar num dj set. Do ponto de vista temporal, podemos relembrar bandas e artistas desde Madonna, Britney Spears, Spice Girls, Beyoncé, Lady Gaga, Bruno Mars, Justin Bieber, Major Lazer, entre outros.

4. Dance

É o estilo que pede mais movimento na pista de dança! É um estilo muito abrangente que se pode subdividir em dezenas de categorias, e que teve a particularidade de ter evoluído a partir de outros géneros mais clássicos como o Disco e o Pop Electrónico.  É claramente aqui que se encontra muitas vezes o pico da maioria das festas. Já esteve mais em voga e existem temas que são clássicos para qualquer geração, tal como Sweet Dreams dos Eurythmics, One more time dos Daft Punk, ou Love Generation do Bob Sinclar. O ritmo estruturante da música é um dos factores diferenciadores mas a construção e produção das músicas é de tal forma diversificada que os sub-estilos, desde o deep house ao drum n’ bass, passando pelo house, electro ou tecno, pela electrónica alternativa, resultam praticamente sempre na animação da festa. A velocidade das músicas é muito variável, podendo variar entre os 110 aos 140 bpm (batidas por minuto). Alguns exemplos de temas poderão ser músicas inesquecíveis: Supermode – Tell Me Why, Technotronic – Pump Up The Jam, Swedish House Mafia – Don’t You Worry Child, Calvin Harris – Feel So Close ou Kygo – Firestone.

5. Latinas

Em Portugal, a música latina tem um grande peso para um determinado segmento de mercado. Devido à proximidade com Espanha e também muito provavelmente devido ao facto de uma enorme percentagem da população mundial ser de origem hispânica, a influência latina chegou rapidamente ao nosso país e é considerada muito divertida e ritmada. Artistas conhecidos como Enrique Iglesias, Shakira, Pitbull e Jennifer Lopez são referências e impera a boa disposição na pista quando se ouvem os seus temas mais populares. Neste caso em concreto, os estilos musicais são diversos, alterando entre reggaeton, pop latino e latin house. Regra geral, o DJ tem sempre alguns hits preparados para poder lançar quando considera mais apropriado, uma vez que o público gosta de cantar e dançar de forma mais entusiasmada quando isso acontece e é uma boa forma de animar ainda mais a pista de dança.

6. Kizomba

A música africana tem um enorme impacto na pista de dança. Grande parte da população portuguesa tem ascendentes de origem africana e a kizomba é apenas um dos estilos que melhor conseguiu fazer a sua migração para Portugal. É recente e nos últimos anos tem crescido exponencialmente, principalmente nas localidades onde os bares e discotecas fomentam essencialmente estilos de culturas dos PALOP e o público assim o exige. No caso da Kizomba, o ritmo da música é baixa, variando entre os 90 e os 100 bpm, onde o objectivo é apelar às emoções e aos sentimentos, estimulando a dança em pares de forma lenta e controlada. Existem artistas de renome como Anselmo Ralph, Nelson Freitas, Master Jake, C4 Pedro, Matias Damásio, entre outros que sustentam o seu notório sucesso em hits que são paradigmáticos deste género musical. Apesar de ser comum existirem muitos pedidos de música de estilo kizomba, a sua execução deve ser bem medida e doseada em função do momento da festa em que se integra, uma vez que do ponto de vista de velocidade e da natureza sentimental do género, se assemelham aos slows, determinando assim um claro abrandamento do ritmo da festa (e eventualmente até do ânimo do público que não esteja particularmente com esse mood), cabendo necessariamente depois ao DJ encontrar mecanismos para retomar a dinâmica anterior.

7. Bossa Nova

Bossa nova não é um estilo propriamente dançável mas faz todo o sentido que seja referido pelo património cultural universal que constitui. É um dos estilos musicais mais utilizados para momentos que nada têm a ver com a festa, mas apresentam um papel preponderante em qualquer tipo de evento, como um cocktail de boas vindas, ou o ambiente de refeição. O seu impacto atinge outra dimensão quando assume a forma de actuação ao vivo por músicos que saibam executar fielmente o estilo, ou reproduzida pelo DJ em formato playlist. A música ambiente é extremamente importante para preparar as pessoas para o evento na sua plenitude, uma vez que a música cria o ambiente necessário para a descontracção e desinibição, sendo decisora na criação do mood do público-convidado. A bossa nova é um estilo de origem brasileira que alia a percussão e os sons acústicos provenientes do samba e do jazz. É muito pretendida por essa mesma razão, uma vez que reúne características únicas e associa a sensação de bem-estar à cadência necessária para começar a entreter e dinamizar o público.

8. Indie Rock

É a vertente do rock que tem estado mais em voga nos últimos anos. Os tempos do rock mais pesado, tal como o heavy metal ou o punk, passaram e deram lugar ao rock mais alternativo e à emergência de novas bandas com uma identidade mais urbana e independente. Criaram-se novas bandas e sonoridades e o indie rock passou a ser a vertente rock mais apreciada. Dentro do género, podemos encontrar artistas como The Black Keys, The Strokes, Kaiser Chiefs, The Cure, Franz Ferdinand, Artic Monkeys, Tame Impala, entre outros bem como os autores de alguns temas que já se tornaram clássicos de um rock mais polido, como a Mr Brightside dos The Killers ou Sex On Fire dos Kings of Leon, que quase nos levam a crer que o indie e o alternativo de ontem são o mainstream de hoje. Existe também a curiosidade do género se ter dispersado rapidamente muito pelo facto de uma larga quantidade de bandas deste género constarem dos cartazes dos festivais de verão de referência, o que traduz a crescente popularidade do género junto do público que prefere esse tipo de eventos aos eventos musicais com formatos tradicionais, e naturalmente, este estilo de música assume a predominância das festas que este mesmo público frequenta paralelamente, contornando assim as tendências mais comerciais.

9. Hip Hop

Desde o old school ao mais recente, encontramos nomes como Grandmaster Flash, Naughty By Nature, Eminem, 50 Cent, Will Smith e Kendrick Lamar, apenas para citar alguns exemplos. O hip hop é proveniente da cultura norte-americana e é um dos estilos mais pedidos actualmente pelo público mais jovem, O ritmo e a letra de cada música impõem um sentimento de pertença a um grupo por parte do público e a identificação com a história contada por cada música gera uma reacção positiva na pista de dança. É também no hip hop que encontramos as raízes da arte do sampling, uma das técnicas mais replicadas e massificadas na forma de reproduzir e recriar música actualmente, e que resulta da reciclagem de elementos sonoros retirados de obras musicais previamente criadas, que são manipulados e sequenciados de forma a produzir uma obra totalmente nova, com uma autenticidade completamente distinta. Embora não tenha uma tradição muito enraizada na cultura musical portuguesa, já há vários protagonistas portugueses a serem referências neste âmbito (Orelha Negra, Da Weasel, Valete, Mind da Gap, Dealema, entre outros).  Normalmente, o DJ utiliza técnicas especificas para misturar hip hop e aqueles que se dedicam quase exclusivamente a este registo, focam-se muito em técnicas de turntablism , recorrendo ao mencionado sampling e ao scratch para valorizar os seus dj sets para além da selecção musical.

10. Música internacional

Não é um estilo concreto e este último tópico refere-se a conteúdos musicais de cada nação, não à música estrangeira em geral. É muito comum o DJ ter música estrangeira no seu portfólio musical principalmente quando se está a preparar para uma festa que tem um público que não corresponde à sua nacionalidade. Em eventos privados onde o público é proveniente de outro país, torna-se importante criar uma identidade musical com a qual este mesmo público se consiga relacionar ao ponto de conseguir facilmente assimilar que o DJ não só compreende a sua cultura como conhece os temas mais icónicos dessa mesma cultura, o que se traduz muitas vezes em pedidos de mais músicas naturais do país de origem do público, o que por si só requer uma preparação diligente e uma capacidade de adaptação excepcional do DJ que aceite um desafio nestes moldes. Em eventos públicos ou quando um DJ internacional actua num determinado país, também é comum escolher uma música de referência desse país para motivar o público num determinado momento da festa. Aqui torna-se mais complicado referir exemplos específicos, uma vez que – apesar da globalização da cultura musical ter atenuado em muito as fronteiras da Música – cada país apresenta uma cultura musical diferente e produção de músicas populares muito peculiares, que muitas vezes até podem ser referências nacionais, mas na maioria dos casos não chegam a ter uma dimensão internacional, e esse facto pode – em determinadas circunstâncias – ser aproveitado pelo DJ por forma a criar uma relação mais próxima com o público-destinatário e consolidando a confiança do anfitrião na aposta na escolha pela sua participação.